A minha relação com Lisboa, nem sempre foi pacífica. Já existiu um tempo, em que uma ida a Lisboa era sinónimo de um sacrifício ao nível de carregar dois baldes cheios de pedras por uma encosta acima. Sim, é verdade. A confusão, o trânsito, a segurança, enfim, sentia-me meio encurralado por ali. Hoje, adoro. Como as coisas mudam. Não só as visitas são frequentes, como desfruto cada minuto que lá passo. É bom material, esta Lisboa.

Lisboa não é só bonita para os meus olhos. E também, não é só bonita para os olhos de quem lá vive. Muito boa gente tem Lisboa em muito boa consideração e hoje faz parte de um altar, apenas destinado aos lugares mais extraordinários do Mundo. O turismo chegou em força. Em pessoas, em prémios, em investimento, e, sobretudo, em valorização de uma cidade extraordinária. Sim, o turismo também tem coisas más (e tem de existir bom senso e equilíbrio no trato deste assunto), mas na balança, o peso pende quase todo para as coisas boas. E quem pensa que o turismo descobriu sem querer Lisboa, que foi um acaso do destino ou que, simplesmente, foi um golpe de sorte ao estilo do euromilhões, está bem enganado. A questão do conteúdo é essencial aqui, e caso ele não existisse, depressa o boom do turismo se evaporava. Lisboa é uma espécie de pacote completo. É bonita, cheia de história, com pessoas interessantes e que se transforma quase diariamente, com um (quase) sem fim de coisas boas para fazer. E na parte das “coisas boas para fazer”, entram sobretudo os locais. São feitas para os locais. Nós, portugueses, com confiança, somos capazes de conquistar o Mundo. Isto podia ser uma piada, mas todos sabemos que é verdade. Nos dias de hoje, existem outras formas de conquistar o Mundo. E penso que o estamos a fazer a cada minuto que passa, com Lisboa e Porto como expoentes máximos. O turismo deu-nos essa confiança, outrora apagada. 

Quase que não existem limites para a criatividade. Para mim, a grande revolução do momento. E Lisboa vive intensamente essa revolução, num aliar, quase perfeito, entre o passado e o presente. É cool viver em Lisboa, e todo o Mundo acha isso. Existem coisas novas a surgir como plantas na Primavera. Hoje, sugiro oito coisas para fazer. Poderiam ser oitocentas. Mas estas oito, por algum motivo, fazem brilhar o meu olhar com mais intensidade.

8 coisas boas para fazer em Lisboa:

#EXPOSIÇÃO DO VHILS NA GALERIA VERA CORTÊS

Acho o Vhils como uma espécie de génio dos nossos tempos. Não só pela sua criação e arte, mas por tudo, o lado empreendedor, a constante transformação e reinvenção. Parece que tudo em que ele toca se transforma em ouro. Pelo menos para os meus olhos é assim, e não é qualquer um que o consegue. De 2 de Fevereiro a 17 de Março. Eu não vou falhar, com toda a certeza.

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#FÁBRICA DA CERVEJA MUSA

Adoro o conceito de reinvenção. E tenho a “casa” da cerveja Musa como exemplo brilhante. Não só é a fábrica, como é uma loja, uma sede, um bar ou um espaço de concertos. É sobretudo um espaço criativo. Ainda por cima com muito bom gosto na sua reinvenção. Fica naquele que é bairro mais “fixe” de Lisboa do momento. Para mim, é claro. Chama-se Marvila.

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#LX FACTORY

Bem, este já se pode considerar um clássico. Funcionou como uma espécie de abre latas criativo da cidade e abriu a cabeça de muita gente, mostrando que é mais giro transformar algo devoluto, que criar uma coisa nova de raíz. Continuo a achar genial. 

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#EL CLANDESTINO

Podem crucificar-me, que não deixam de ter razão. Existem 1000 restaurantes bons em Lisboa, sobre comida e produto português, e vou colocar aqui um mexicano. Para mim, esta entrada na lista, além da (muita) qualidade que tem, representa a multiculturalidade que Lisboa vive no momento. É uma cidade do Mundo. Podemos viajar pelo Mundo, sem sair da cidade.

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#O ANTIGO TALHO

Projecto do conhecido João Manzarra. Transformou um talho, num espaço onde a sustentabilidade é palavra de ordem. Mais do que um bar vegetariano, é espaço que nos faz pensar e, consequentemente, cuidar melhor deste bonito planeta onde vivemos. Continuo a gostar muito de um belo bife de vaca ou de arroz de marisco, mas, já vou mais pelo equilíbrio. Também é uma loja de coisas bonitas.

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#FIGARO´S BARBERSHOP

Onde cortar o cabelo, é muito mais do cortar o cabelo. É uma viagem aos loucos anos 20. Já têm duas lojas, uma na Rua da Madalena e outra na Rua do Alecrim. Para além do muito estilo que este espaço emana, cortam bem o cabelo que se farta. Esqueçam penteados à Cristano Ronaldo, daqui só saem clássicos. Quase todos os meses passo por lá.

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#BOB DYLAN, LCD SOUDSYSTEM E ARCADE FIRE

Bem, uma cidade que tem na sua agenda, para os próximos meses, nomes como estes, só pode ser boa. Ainda por cima em concertos de autor, sem ser em festival. Orgulho em ti, Lisboa. Vou tentar ir a, pelo menos, um. Sim, a minha agenda também é complicada.

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#MARVILA

Já mencionei a Fábrica da Cerveja Musa, mas todo o bairro da Marvila merece destaque. Criatividade e coisas boas. A minha cabeça parece uma panela de pressão, cada vez que passa por lá, de tanta inspiração e ideias novas. Mini-bairro de cerveja artesanal, bibliotecas, espaços de concertos, cafés com estilo, ateliers ou lojas vintage. Tudo coisas boas, num cenário meio industrial.

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