Ser uma aldeia do xisto é uma coisa, só por si, extraordinária. É sinónimo de beleza, carácter e genuinidade. Ser aldeia do xisto em território de fronteira, ganha, automaticamente, diferentes contornos. É como ter pais de diferentes raças, ter um aspecto diferente dos seus vizinhos e ter uma educação multicultural. Isto é ser Água Formosa, a tal aldeia “diferente”. Uma aldeia do xisto no Médio Tejo.

Fica localizada no extremo sul do concelho de Vila de Rei, bem perto dos concelhos de Sardoal, Abrantes e Mação. Bem, no centro do país. Fica perto dos rios Zêzere e Tejo, e, para mim, um dos lugares mais encantadores da região. Talvez pela beleza genuína, talvez pela diferença entre as demais aldeias vizinhas. Recordo a primeira vez que os meus olhos viram esta aldeia. Talvez há 10 anos. Água Formosa fica a cerca de 25 quilómetros de minha casa e até então nunca dela tinha ouvido falar. Entre uma zona de densa floresta, quase como um segredo, dei comigo dentro de uma aldeia, toda em pedra, que mais parecia saída de um filme de fantasia. Recordo que era final do dia, de um dia quente, e que a aldeia estava em completo silêncio. Não como algo adormecido, mas como algo encantado. Lembro-me que percorri as ruas, a tocar nas paredes (talvez para confirmar que era real) e com aquele sorriso sincero no rosto. Terminei esse primeiro encontro sentado na sua ponte, que atravessa a ribeira e que divide a aldeia entre a parte nova e velha da mesma. O primeiro encontro foi tão especial que os reencontros tornaram-se frequentes. Quer com amigos, quer de passagem, quer para encontrar o silêncio e o ar puro no mesmo quadro.

Conhecem a Água Formosa? A aldeia do xisto do Médio Tejo.

 

 

Coordenadas: 39.634760,-8.099978

 

 

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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