É isto. Vai ser uma menina. Vai chamar-se Alice. Estou muito feliz. E tenho a certeza que a Liliana também.

Ao longo da gravidez sempre segui a máxima de “não interessa ser menino ou menina, quero é que venha com saúde”. Esta foi mais um mito que percebi que era real. Quando ouvia um Pai, que estava à espera de um rebento a dizer isto, só pensava: “que treta! ele tem que querer mais alguma coisa.” Quer dizer, existem pais com uma tendência. E podem tê-la. Não vejo mal algum. Mas comigo não aconteceu e percebo perfeitamente que não aconteça com muito boa gente. Principalmente depois de um início turbulento de gravidez da Liliana, onde só me apetecia coloca-la num lugar onde o mal nunca chegasse sequer perto. 

Na ecografia das 12 semanas, era uma espécie de 50/50. Entre sabermos já ou não, qual o sexo do nosso bebé. Não soubemos. Mas, o médico, segundo uma medição qualquer que fez, disse-nos que existam 70% de hipóteses de ser menina. Na verdade, pareceu-me logo que ele sabia que era menina. Para ele não eram 70%, era maior a percentagem, mas como não era 100% (devia ser para aí 98%), ele não quis arriscar. Acho que fez bem. Portanto, com base no que ele disse e na minha leitura facial de pessoas apurada, misturada com meu recém adquirido instinto paternal, desconfiava, largamente, que iria ser uma menina. A partir daqui, assumo. Preferia uma menina. Não sei explicar bem, mas depois dessa ecografia, passei a sonhar com uma menina, coloquei uma cara de menina no meu bebé. Não iria mandar murros em mesas, nem ficar triste se fosse um rapaz. Mas iria ficar surpreso e esquecer tudo aquilo que tinha sonhado.

Ecografia das 18 semanas. Bem, aí era 100% seguro que iríamos saber o sexo do nosso bebé. Mais uma vez, a primeira coisa, o primeiro desejo, era saber se estava tudo bem. E estava. Mas o médico mal me deu tempo para eu confirmar nas imagens se era menino ou menina, disse logo, não sei, 1 minuto depois: “vocês vão ter uma rapariga, tá bem?”. Ri-me para a Liliana, e ela riu-se para mim. E só me apeteceu dizer ao médico: “É claro que tá bem! Dê cá mas é um abraço!!!” Mas não. Fiquei quietinho, aos saltos por dentro, mas a rir-me levemente por fora. 

Passado um dia a nossa menina, que ainda não se chamada Alice, já tinha a primeira roupinha. Comprada por mim. Pai babado que eu sou. Na verdade, tive que fazer um sprint para ultrapassar a Mãe, porque ela também é muito babada. Felizmente a Mãe gostou do que lhe comprei. Estava com um bocado de medo, confesso. Só errei foi no tamanho, comprei de 1 mês e deveria ter comprado de 0 meses. Mas pareceu-me tão pequenino. Na altura ainda estava um pouco inexperiente nesta matéria de roupa para bebés. Agora, passadas quase duas semanas, já estou uns níveis acima. Já domino e identifico toda uma linguagem. Bodys, fraldas, nexts-to-me, mantinhas, ovos, alcofas, enfim, já sei o que é tudo isso. 

A Liliana neste momento já caminha para as 20 semanas. E a barriguinha dela cresce um bocadinho todos os dias. Está tão bonita. Juro que não estou a dizer isto, só porque ela tem a minha Alice lá dentro. Acho que ela está uma grávida lindíssima. O nome. Bem, Alice sempre esteve no topo. Mas não era a única hipótese. Se fosse menino já estava escolhido, mas no caso, que se confirmou, de ser uma menina, ainda tinha de ir a escrutínio. Hipóteses para a frente, hipóteses para trás. Mas na verdade, nos dois já sabíamos que iria ser uma Alice que vinha aí. Agora, sinto-me muito feliz com a minha escolha. Já não é bebé para trás e para a frente. É Alice para aqui e para ali. “Como se portou hoje a Alice?”, “temos de comprar isto para a Alice” ou “vamos pintar o quarto da Alice”. 

Bem, amanhã vou partir para uma viagem para Índia. Vou lá estar 15 dias. Eu adoro o meu trabalho, mas acho que me vai custar muito estar tanto tempo longe. Pela minha Alice, mas muito pela minha Liliana. Sei que ela tem muita gente próxima, para cuidar dela caso seja necessário. Mas não é a mesma coisa. Espero que corra tudo bem. Já sei é que, apesar das muitas video-chamadas, vou chegar cá e a barriga vai estar muito maior. 

Espero que a minha Alice se porte bem na minha ausência. A Mãe dela diz que ela é muito irrequieta, mas quando eu estou por perto, fica muito mais calma. ❤️ (vou ser um Pai babado, à séria)