Ilha de São Miguel, Açores, Portugal. Em boa hora decidi ir.

Queria fazer algo diferente do que já tinha feito (aqui no blog). Normalmente viajo de bicicleta, o que dá um cariz diferente à viagem. Para ilha de São Miguel, assumi o pressuposto de retirar o melhor que tem para oferecer, independentemente da forma (convém alugar um carro 😉 ). Em 6 dias.

Nunca lá tinha ido. E confesso que nem sei bem as expectativas que tinha na partida. Imaginava um lugar bonito, com o romantismo de estar no meio do oceano. Como o processo de decisão sobre a ida foi muito rápido e muito em cima da data da partida, nem deu bem tempo para sonhar um pouco sobre o que iria encontrar. Em menos de nada, já estava a embarcar (curioso o termo “embarcar” 🙂 , vem certamente de um tempo em que a única e remota hipótese de chegar à ilha seria de barco, eu fui de avião e demorou cerca 1h45m 😉 ).

Fui pela Ryanair. Comprei o bilhete cerca de 3  semanas antes da partida. Cerca 100€, ida e volta. Se tivesse comprado mais cedo provavelmente iria ser ainda mais barato. Fazendo um paralelo, fica mais barato ir e voltar, de Lisboa a São Miguel de avião, do que ir e voltar, de Lisboa ao Algarve de carro, entre portagens, combustível e desgaste. A entrada das companhias low cost na ilha, revolucionou o turismo (espero que não cedam à tentação e se mantenham firmes 🙂 ). Os meus 2 voos estavam lotados e taxa de ocupação em hotéis e afins, estava nos 85%, pelo que, convém não deixar para a última a marcação da viagem.

Cheguei à ilha numa 2a feira, dia 21 de Setembro. Por volta da hora de almoço. O voo foi super tranquilo (andar de avião não é das coisas que me deixa mais confortável 😉 ). Chegado ao aeroporto comprei um bilhete para o Aerobus até Ponta Delgada, 5€ ida e volta. O centro de Ponta Delgada fica a cerca de 5km do aeroporto (se levasse só uma mochila, ia a pé, junto ao mar). Quando “desembarquei” no centro de Ponta Delgada, tive o primeiro impacto e não foi cultural, foi térmico 🙂 . O clima é muito húmido e com oscilações brutais (dizem que podemos apanhar no mesmo dia as 4 estações do ano 😉 ). Passado o choque térmico (habituei-me passados 2/3 dias), era tempo da absorção cultural, arquitectónica e paisagística (e claro gastronómica!! 😉 ).

Para vos facilitar a leitura e consulta, vou dividir a minha experiência açoreana por temas. (tipo o livro Crónicas de Gelo e Fogo 🙂 (Guerra dos Tronos), que cada capítulo corresponde a uma personagem e assim avança a história 😉 (se não leram, aconselho 🙂 ) 

Ponta Delgada

Foi o meu primeiro contacto com a ilha e com os Açores. Comecei no sitio certo, as Portas da Cidade, bem no centro e viradas para o Oceano Atlântico, representou simbolicamente o inicio da minha viagem.

Resumindo a história, Ponta Delgada no inicio estranha-se e depois entranha-se (comigo foi assim). Sinceramente, não achei nada de especial ao inicio, mas no final quase que me sentia em casa. Cor branco e basalto dos edifícios e calçada, é imagem de marca. Ruas perpendiculares e paralelas (quase impossível perder o rumo, “se não é nesta rua é na próxima”). Não é uma cidade de pontos turísticos marcantes (tipo Torre Eiffel 🙂 ), é uma cidade para se estar, viver e sentir. Tem um mix engraçado entre o clássico e uma linha mais jovial, marcada pelo legado deixado, em algumas fachadas da cidade, pelo Festival de Arte Urbana Walk&Talk

Considero como paragem obrigatória em Ponta Delgada (com excepção dos restaurantes, que vou falar mais à frente): o Mercado Municipal (atenção: está fechado ao domingo. Sim, foi o dia que eu escolhi para ir lá comprar o ananás 🙂 ), é um local universal, em todos os locais, o Mercado é um sitio para ir, pelos cheiros, pela genuinidade e também pelos produtos saídos de um quintal perto dali. No Mercado de Ponta Delgada o ananás é rei e o seu cheiro invade o local. Como São Miguel e os Açores, têm um clima bastante especial, a diversidade (e exclusividade) de produtos salta à vista. Na porta ao lado da porta principal do Mercado, está o Rei do Queijos, que também vale uma visita. Curiosamente, foi lá que bebi o meu primeiro Kima de Maracujá; o Louvre Michaelense, um espaço genial. Tenho de dizer que é um espaço muito fofinho 🙂 . Uma mercearia antiga, transformada ou readaptada a espaço bastante actual. Era um sitio fixe em qualquer grande cidade do Mundo. Produtos locais, no seu máximo esplendor. A 100m das Portas da Cidade; o Cantinho do Anjos, um bar que engana na fachada. Por fora parece um normal café de cidade, por dentro, levou-me a imaginar que outrora seria um bar frequentado por piratas (tenho uma imaginação bastante fértil 🙂 o que faz com que esteja constantemente a viajar). Bom ambiente, revestido a madeira, com diversos instrumentos náuticos a adornar o seu interior e bandeiras de vários países, com dedicatórias ilegíveis, a forrar o teto. Bom sitio para beber uma cerveja Especial, a cerveja local; as Portas do Mar, toda a “fachada” marítima da cidade, com uma marginal belíssima (super limpa!), uma marina e porto, uma série de bares, restaurantes e lojas, e uma “praia” urbana, para a malta mandar uns mergulhos. De tudo o que as Portas do Mar pode oferecer, confesso que o caminhar ao final da tarde na marginal, é o meu favorito; existem outros locais na cidade que merecem a uma espreitada, como as Igrejas de São Sebastião e de São Pedro, e o belíssimo Coliseu Micaelense.

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Portas da Cidade

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Marginal

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Louvre Michaelense

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Mercado

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Paredes de Ponta Delgada

Whale Watching

Ou em português, observação de baleias (e golfinhos) 😉 . Uma experiência incontornável para quem visita os Açores. Existem muitas agências que o fazem, a partir da marina de Ponta de Delgada. Eu fui através da Picos de Aventura. Têm um quiosque na marginal, Pico Tours. Estava há menos de 24h na ilha e esta seria a minha primeira experiência “a sério”. Cerca das 8h30 estava na sede da Picos, junto à marina. Era o único português entre cerca de 25 possíveis observadores de baleias. Tivemos o primeiro briefing, sobre o que iria acontecer. Dividiram o grupo em 2, um grupo dirigiu-se ao barco maior e um grupo mais pequeno para um barco semi-rígido. Calhou-me o semi-rígido. Seria o barco para os, aparentemente, fisicamente mais capazes. Senti-me orgulhoso 🙂 . Fiquei com o lugar mais próximo da proa, disseram-me que seria o lugar mais instável, não liguei muito (mais tarde é que pensei nisso 🙂 ). Levava uma gabardine, tipo pescador do caranguejo-das-neves do Discovery Channel, da Picos (ai pensei logo, a molha vai ser grande 😉 ). Os bancos eram tipo cavalo e sentei-me tipo cavaleiro (lógico, não!). O Barco arrancou e senti que estava num parque de diversões 🙂 . Muito giro e divertido. Confesso que o primeiro salto grande, por cima de uma onda, me ia partindo a espinha (que exagero!), mas depois apanhei o jeito à coisa, e levantava um pouco o rabiosque a cada salto. 

Nunca pensei muito como seriam encontrados os animais num oceano tão imenso, a técnica é bastante romântica (eu acho), cada empresa tem um vigia em terra, que com uns binóculos militares procura os animais na água. Lá seguimos, mar adentro, tipo caça ao tesouro. No briefing inicial, disseram-nos, que o resultado estimado para cerca de 3h de mar, seria a observação de duas espécies diferentes, entre dezenas existentes junto à costa da ilha, divididas entre baleias, golfinhos e tartarugas, e claro, com uma certa sazonalidade associada, migrações, etc (isto é vida selvagem e não o jardim zoológico). 

Assim que o barco abrandava, era um corrupio de comentários em várias línguas (resumindo: “onde que eles estão?”, “já alguém viu alguma coisa?”) e um virar a cabeça frenético, tipo farol. Passado pouco tempo, mas já um pouco longe da costa, surge a primeira boa noticia, um grupo de golfinhos comuns (o nome comum é mesmo porque é a espécie mais comum 😉 ). Confesso que não vi logo, o meu companheiro do lado (um alemão com quase 3 metros) bem apontava, mas eu não via nada. Até que num salto tipo zoomarine (salto horizontal e não vertical), vejo o primeiro golfinho. É uma sensação tão diferente, ver este belo animal no seu habitat natural. Até senti uma boa dose de adrenalina a percorrer o corpo. E como bom animal selvagem que é, não veio até ao pé de mim para eu lhe fazer um festa, seguiu a sua vida. Mas num ápice surgiram mais golfinhos-comuns, o que tornou o que estava a ver um autêntico quadro (muito bonito!), o imenso oceano azul, com golfinhos e lá ao fundo os contornos da bela ilha de São Miguel. 

Quase tão gratificante como ver golfinhos e baleias, é a vista e perspetiva que se tem da ilha a partir do mar. Só por isso vale a experiência. Voltando à jornada marítima, lá seguimos em busca de novos animais. Não estava fácil e navegávamos já a algumas milhas da costa. Até que surgem, em grupo, perto de 10 golfinhos-riscados, com saltos em conjunto. Absolutamente fabuloso.

Bem, nesse momento atingi a cota estimada de avistamentos. Sabia antemão que ver baleias, seria muito difícil. Mas tinha sempre aquela esperança, que não se confirmou. Passado mais um tempo no mar, era tempo de voltar a terra.   

Mesmo com aquela dose de desilusão, de não ver o gigante dos mares, foi uma experiência incrível, o oceano, a paisagem, os golfinhos, a adrenalina e diversão (por momentos senti-me a surfar ou voar 🙂 , entre as ondas), vale a pena. Acima de tudo, é uma experiência de mar. Sinceramente, para repetir.

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O barco

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Na busca…

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Golfinhos

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Vista terra a partir do mar

Canyoning 

Se fui cheio de confiança para a experiência Whale Watching, o mesmo não se pode dizer para o Canyoning. Adoro a Natureza, ar puro, sítios bonitos, água, mas as alturas dão cabo de mim 🙂 . Não me sinto confortável (pronto, tenho medo!). Mais uma vez, uma experiência Picos de Aventura, mais uma vez 8h30 na sede da Picos em Ponta Delgada. O local da actividade, seria a aldeia de Achada, no lado nordeste da ilha, mais concretamente na Ribeira dos Caldeirões.

Canyoning (muita gente me perguntou se ia fazer canoagem 🙂 ) é uma actividade que consiste na progressão num rio ou ribeira, ultrapassando diversos obstáculos (cascatas!!) independentemente da forma, seja em rapel, slide, salto, escorrega. Muito arcaicamente é assim.

Viagem na carrinha da Picos. Cerca de 30 minutos. Assim que chegamos à Ribeira dos Caldeirões, um pequeno briefing acerca do material e toca a equipar. Fato de mergulho, meia impermeável, arnês e capacete. Inicio da caminhada até ao ponto mais a jusante da ribeira. Logo ai percebi que estava num lugar especial, um autêntico bosque, verde forte e castanho. Caminhava por um trilho apertado e ouvia a água, mas não a via. Após cerca de 25 minutos, chegamos ao local de início, ou seja, a partir dali era pela ribeira, sem volta atrás. Parámos, mais um briefing. 7 aventureiros, mais uma vez, o único português era eu. Após o briefing, o Carlos, o guia e mestre do Canyoning, perguntou se na primeira descida queríamos saltar ou descer em rapel. Isto sem ver a cascata, só a ouvia. Pensei num segundo (“Carlitos, salta, quando menos tempo tiveres lá em cima, melhor!”). Levantei o braço e disse, “eu salto!” . 5 comparsas tomaram essa decisão. Só quando me aproximei é que vi no que me estava a meter. A cascata deveria ter 5/6 metros de altura. A minha barriga estava em gelo. Levava a Gopro na mão e o Paulo (o outro monitor) avisou-me que se calhar era melhora atar um cordel à câmara. Na altura também não havia muito a fazer e a minha preocupação era outra 🙂 . Estava a chegar a hora. Para piorar a coisa, tinha uma espécie de zona de aterragem limitada, primeiro tinha de acertar onde a água tem mais profundidade e depois não podia acertar num mega tronco que saía da água. Nem pensei muito, sabia que tinha saltar. E lá fui eu. Mega descarga de adrenalina, nem sei se demorou 2 segundos a queda. Em menos de nada estava na água e escusado será dizer (estava-se mesmo a ver, não é! 🙂 ) perdi logo a Gopro. O impacto é forte e a Gopro escapuliu-se da minha mão. Por sorte, os guias tinham óculos de mergulho, passados 10 minutos lá achei a câmara entre um fundo revolto e com cerca de 3 metros de profundidade. Uma sorte.

Mas o salto deu-me confiança e os restantes foram pacíficos (ainda deu para descer uma cascata em rapel e outra em slide). Volto ao local, impressionante, impressionante o número de cascatas num espaço tão curto. O curso da ribeira que percorri, não sei ao certo a distância correta, mas tinha cerca de 3/4km. Lugar lindíssimo. Pelo que percebi, ideal para quem se estreia nesta modalidade. Chegou uma altura que as vertigens desapareceram e que só queria era saltar 🙂 . E assim foi o meu dia, de cascata em cascata.

Uma experiência que merece ser vivida. Muito bom. 

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Bicicleta

Nem que seja por breves momentos, gosto sempre, em todos os destinos, de andar de bicicleta. Primeiro, adoro. Depois, dá-nos sempre uma perspetiva diferente (nem que seja para saber se é muito inclinado ou não 🙂 ). Como não tinha levado a minha bicicleta, procurei uma loja na ilha, para me ceder uma bicicleta de estrada por uma manhã (mais capacete e sapatos). A Monbike foi a loja. E o Paulo Dinis, proprietário, foi impecável. Não só me emprestou a bicicleta, como foi leva-la ao hotel onde estava. Portanto, tudo o que tiverem a comprar em Ponta Delgada, no que toca a bicicletas, tem de ser na Monbike 🙂 . E logo uma Cervélo S5, umas das minhas bicicletas de eleição. 

A volta. Não tinha muito tempo, já a manhã ia a meio e já tinha coisas preparadas para a tarde. Estava no hotel Ponta Delgada e o destino escolhido foi a Lagoa das Sete Cidades, mais concretamente o Miradouro Vista do Rei, junto ao abandonado Hotel Monte Palace. 40km circulares. Por volta das 11h, lá arrancava eu. 

Pouco plano encontrei, 20 km a subir, 20 km a descer. Deu para perceber como a diferença de húmidade altera o nosso comportamento em cima da bicicleta. Em menos de nada, todo eu era água. Tal como disse, primeiros 20km, sempre a a subir, primeiros 12 km sempre junto à costa, com o mar a acompanhar-me. os restantes quilómetros até à Vista do Rei, com uma subida mais acentuada. A estrada é lindíssima, mas isso é um lugar comum em São Miguel, quase todas as estradas são bonitas (aqui uma vista ser bonita, é banal, só se torna especial quando é muito bonita 🙂 ). Chegado à Vista do Rei. Por muito mais fotos que tenha visto ao vivo é sempre diferente, um dos lugares mais bonitos que já visitei. 

Um tempo para apreciar, para seguir viagem em seguida (ia voltar, dias mais tarde). Tal como esperava, os restantes 20km foram sempre a descer (mas sempre 🙂 ) nem sei bem quanto tempo demorei, mas foi rápido. A estrada por este lado é ainda mais bonita. Com destaque claro para a zona do Pico do Carvão, onde se consegue ver mar dos dois lados e a ilha no meio ( Ponta Delgada, ponta mais estreita da ilha 🙂 ).

Confirmei o que já suspeitava, os Açores são um belo destino para andar de bicicleta, não é indicado para primeira experiência (sempre a subir e descer), mas estradas com paisagens bonitas, em bom estado, com pouco trânsito, é tudo o que um ciclista de estrada deseja (nem falo em BTT, porque não experimentei, mas acho que é tipo o fim do mundo, em bom 😉 ). 

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A máquina na entrada do Hotel Ponta Delgada

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Património dos Açores

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Pico do Carvão

Praias

Este é capitulo ou tópico (ou seja lá o que for!) que não estava à espera de escrever, antes de ir para São Miguel. Nunca associei a ilha a um destino de praia ou com praias que mereçam ser chamadas de praia. Pois bem, pensamento errado. Logo primeiro dia, tomei conhecimento que estava a decorrer uma etapa da World Surf League (WSL) na ilha, na praia de Santa Bárbara, em Ribeira Grande. No lado Norte da ilha. Pois bem, no segundo dia, dei lá um salto. Fiquei abismado com a praia, muito bonita, com um areal (não era bem branco, mas também não era preto) grande. Tem ondas a mais para banhos (parece que para surf é muito boa, não estivesse lá a WSL). Ao nível paisagístico está ao nível de muitas das praias da Costa Vicentina (as minhas favoritas).

Pelo que percebi do lado Norte a ondulação é mais forte. Para além da praia de Santa Bárbara, também gostei da praia de Porto Formoso, embora bem mais pequena. Isto no lado Norte. No lado Sul, o incontornável ilhéu de Vila Franca do Campo, que forma uma espécie de piscina natural, merece a visita. Mas a praia que mais gostei a Sul, foi a praia do Fogo, em Ribeira Quente, fui lá mesmo ao final do dia e já estava com pouca luz, mas achei a praia lindíssima. E a estrada entre as Furnas e Ribeira Quente é digna de filme, incrível, parece que uma enorme montanha verde vai engolir a estrada. Outra praia do lado Sul que me foi recomendada (não fui lá) é a Ponta da Ferraria, perto de Ginetes. Pelo que ouvi, a água vinda da terra, quente, mistura-se com a água do mar, fria, tornando a experiência engraçada com fluxos de água quente e fria (já experimentei em Santorini, Grécia, também uma ilha vulcânia).

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Santa Bárbara

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Santa Bárbara

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Santa Bárbara

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Costa Norte (Miradouro de Santa Iria)

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Ilhéu de Vila Franca do Campo

Lagoas

Tema incontornável em São Miguel. É a imagem que toda a gente leva na cabeça antes ir, é a imagem que muita gente traz na cabeça depois de lá estar, porque realmente são lindíssimas. Começo pela Lagoa das Sete Cidades. Como já escrevi, é incrível. O Miradouro da Vista do Rei, é mais conhecido e realmente a vista é óptima, e os acessos são do mais fácil que pode existir. Mas a vista para a lagoa que mais curiosidade tinha em ver, era a vista da Lagoa do Canário, considerada pelos locais como a melhor vista da ilha. Fica cerca de 1 km à frente da Vista do Rei. Eu fui lá, azar meu (acho que é frequente, por isso, tenham isso em atenção) estava um nevoeiro cerrado lá em cima, ainda lá estive cerca de 45 minutos, já que o tempo tem oscilações muito rápidas e poderia vir uma aberta, mas não veio. Daquele ponto, bem alto, consegue-se ver 3 lagoas, a Azul e Verde (Sete Cidades) e a Lagoa de Santiago (também muito bonita). Enfim tal como a falha nas baleias, mais uma razão para voltar a São Miguel 🙂 . Colada às lagoas das Sete Cidades, está a Lagoa de Santiago, um autêntico alguidar verde gigante, com água lá dentro. Para terem outra perspectiva, aconselho a descer às Sete Cidades, o caminho é bonito e cheio de miradouros, com diferentes vistas. O que também aconselho, é percorrer a pé os trilhos marcados em volta da lagoa.

Perto das Sete Cidades, fica também a Lagoa das Empadadas, a menos exuberante de todas. Mais pequena, fica rodeada por um bosque. Como fica meio escondida, o mais provável é termos a lagoa só para nós.

Também tive um pouco de azar na visita à Lagoa do Fogo, fica bem no centro da ilha, e mais uma vez com um estrada belíssima no entretanto. Quando lá fui, estava nevoeiro, não tanto como o que apanhei na Lagoa do Canário, mas senti que não tinha visto a lagoa na sua plenitude, no que à sua beleza toca. O que também estava era um frio de cortar, desceu cerca 10º em relação à temperatura em Ponta Delgada. 

Apesar de tanta beleza, confesso que o meu grande prémio vai para a Lagoa das Furnas 🙂 talvez por não levar qualquer expectativa, senti-me tão bem lá. Não sei, a água verde, a envolvência. Tem algo que me encantou. Tem um capela super interessante num dos topos, pena não ser visitável. No topo contrário ficam as Caldeiras da Furnas de onde saem os famosos cozidos, não sei se por não gostar de cozido ou de já ter visto tanta coisa bonita, não achei nada de especial. O Miradouro do Pico de Ferro, que descobri por acaso, tem uma vista indescritível (foi mais um flecha que me atingiu 😉 ).  

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Lagoa das Sete Cidades (Vista do Rei)

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Miradouro da Lagoa do Canário

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Lagoa de Santiago

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Lagoa das Furnas (Miradouro Pico de Ferro)

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Estrada que liga Ponta Delgada à Lagoa do Fogo (Miradouro da Bela-Vista)

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Lagoa do Fogo

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Lagoa das Furnas

Poça da Dona Beija

Uma espécie de SPA selvagem 😉 . Fica na localidade de Furnas (mesmo ao lado da lagoa). Também me falaram que é conhecida como Poça da Juventude e confesso que quando sai de lá, senti-me um bocadinho mais novo (ou com mais saúde) 😉 . Um conjunto de tanques (ou poças), com muito bom aspecto e com água termal, com uma temperatura a rondar os 40º. Estive lá cerca de 45 minutos, a percorrer todas as poças (umas são mais quentes que outras).

Para este tipo de “mergulhos” quentes e férreos, nas furnas existem duas hipóteses, a Poça da Dona Beija (onde fui) e o Parque Terra Nostra. Como só fui a um, não consigo fazer a comparação, mas disseram-me que o Terra Nostra também é muito bom.

Resumindo, é uma experiência bastante agradável.

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Comer e Beber

Gosto muito de comer e beber. Se gostei de comer e beber nos Açores? Muito! (quase que tenho um lágrima no canto do olho, a recordar 🙂 ).

O que mais me impressionou, a quantidade e qualidade dos produtos locais. Muitos dos quais nunca sequer tinha ouvido falar (malta das importações, como é possível!). O vinho branco do Pico, os queijos (meu deus!!), o Kima de Maracujá (devia ser considerado património 🙂 ), o ananás (não abacaxi, que diferença!), o chá da Gorreana (única plantação comercial da Europa, vale a visita), o Bolo Lêvedo das Furnas, o gelado da Quinta dos Açores (mais um que deveria ser património!), a carne de vaca, o atum, a cerveja Especial, um sem fim de coisas boas. 

Com tanto produto de qualidade era difícil comer mal. Mas, mesmo assim, fiquei surpreendido (pela positiva!) com muitos dos restaurantes locais. Espaços engraçados, com orgulho nas raízes e sobretudo com imensa vontade de bem receber. A comida é sempre a chave da questão, tem que ser boa e estar bem preparada, mas quanto vamos a um restaurante quase que damos isso como um dado adquirido (embora muitas vezes não aconteça 🙂 ), a forma de receber, o espaço, o sentir (quase) em casa, são os “ingredientes” que dão o toque de magia.

Os almoços durante a minha estadia, foram quase todos bastante ligeiros (muito rápidos, comida simples), aos jantares vingava-me 🙂 . Em Ponta Delgada, jantei na Forneria São Dinis, na Tasca e na Taberna Açor. Recomendo vivamente, todos eles. A Forneria São Dinis, é um restaurante com super boa pinta, uma espaço moderno e gente simpática. Comi o bife da casa, muito bom, mas grande prémio vai para o atum braseado que comi como entrada (formidável, provavelmente o melhor prato que comi durante a semana). Uma palavra especial para o Pedro Sá Pereira gerente do espaço, que nitidamente sabe o que faz. A Tasca, é provavelmente o espaço mais concorrido de Ponta Delgada (sem reserva, é impossível), daqueles restaurantes que olhamos para ementa e nos apetece comer tudo. Recomendo as Lapas grelhadas e uma bifana de Atum (uma sandes de atum deliciosa). Para finalizar Ponta Delgada, Taberna de Açor. Uma casa de Tapas, onde o prato principal não existe, existem sim tábuas principais 🙂 , cheias de queijos, enchidos, frutas, compotas, cheias de coisas boas. Gente boa e comida boa. Um espaço para rir à mesa 😉 . 

Fora de Ponta Delgada, comi em Lagoa no Paladares da Quinta, um restaurante com um design moderno e uma ementa variada, com uma boa carta de vinhos. Lá comi um Arroz de Lapas, com um branco Frei Gigante do Pico. Muito bom. Em Ribeira Quente, comi no restaurante Ponta do Garajau, mesmo ao lado do porto de pesca. É um restaurante onde o peixe é rei (provavelmente o melhor restaurante para comer peixe na ilha). Nas furnas, fui ao restaurante Tony’s, eu comi um belo bife de vaca, mais aqui o rei é o Cozido das Furnas, saído diretamente da Caldeira da Furnas (que eu não gosto nada). Convém reservar.

Apesar de não ter lá ido, mas pelo número de recomendações, tenho de referir aqui o restaurante Associação Agricola de Santana (dizem ter o melhor bife da ilha).

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Kima de Maracujá

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Plantação de chá da Gorreana

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Braseado de atum, na Forneria São Dinis

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Tábua de queijos e enchidos, na Taberna Açor

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Arroz de Lapas, no Restaurante Paladares da Quinta

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Polvo Assado, no Restaurante Ponta do Garajau

Dormir

Em Ponta Delgada, fiquei no Hotel Ponta Delgada e no Hotel Talisman. Os dois bem localizados. Aqui tenho destacar dois pontos, no Hotel Ponta Delgada, a simpatia do pessoal, com destaque para a D. Milena, que é um amor de pessoa e me deu inúmeras dicas, para tudo corresse da melhor forma durante a minha estadia. No Hotel Talisman, o requinte do hotel, conseguimos voltar atrás no tempo. Super bem cuidado.

Em Povoação fiquei no Hotel do Mar, onde mais uma vez fui super bem recebido. Povoação, vila, tem a curiosidade de ser o local onde assentaram arrais os primeiros povoadores da ilha, precisamente no porto onde está localizado o hotel, que como o nome indica, está colado ao mar. Uma vista mar incrível a partir dos quartos. Pode ser uma boa alternativa a Ponta Delgada (fica a cerca de 60km).

Nas Furnas, fiquei no Furnas Boutique Hotel. Parece-me ser o melhor hotel da ilha, no pormenor que apresenta. É um bom hotel em qualquer parte do mundo. Todos os espaços são bastante agradáveis, o Lounge, a Mercearia, mas tenho de destacar a piscina termal interior (voltava para lá agora 😉 ).

Em relação aos que não fiquei, mas por recomendação de quem sabe do assunto, também posso recomendar o Hostel 3/4 (boa alternativa ao hotel) em Ponta Delgada e o Santa Bárbara Eco Resort, perto de Ribeira Grande.

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A vista do Hotel do Mar

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Hotel Talisman, bem no centro de Ponta Delgada

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Piscina Termal do Furnas Boutique Hotel

Fiquei maravilhado com São Miguel. Por tudo. Paisagens de cortar a respiração, de sentir o frio na barriga, o verde incrível em contraste com o azul do mar, a simpatia das pessoas, a comida. Dos lugares mais incríveis onde já estive. E fica já aqui ao lado (fica mais barato ir de Lisboa a Ponta Delgada de avião, do que ir de Lisboa ao Algarve de carro, fica a dica 😉 ). 

Vão já para lá imediatamente! 😉

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