Nazaré, o verdadeiro clássico. Provavelmente, o mais célebre pedaço de terra junto à costa portuguesa.

Confesso que, na minha juventude, não morria de amores pela Nazaré. Aquela neblina, que tantas vezes esconde o Sol, e as ondas que tantas vezes me impediram de realizar o tal mergulho, provocaram um elevado número de experiências frustrantes por ali. Tinha consciência que era um clássico, só não percebia porquê. Hoje, e sem uma razão forte para a mudança, olho para a Nazaré com admiração. Aquela admiração que mistura o orgulho com a elevação. Elevação de um gigante com carácter vincado. Tenho a certeza que foi o meu olhar que mudou, o clássico manteve-se.

Os meus mergulhos na Nazaré continuam a ser escassos. Não são as ondas que funcionam como elemento impeditivo, mas sim a água gelada. O meu termostato é sensível. Mas tudo o resto já ganha forma de rotina. Os almoços, prolongados, de peixe e marisco. As tardes junto ao farol a admirar a coragem dos surfistas. Os passeios na imensidão da Praia do Norte, desconhecida da minha juventude. E depois, o viver e respirar a Nazaré, que levam à tal admiração de algo único.

Este retrato foi registado no mar, proporcionando-me uma diferente perspectiva do clássico. E não é que ele se tornou maior?

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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