Quase tão graciosos como as ruas de Monsanto, são as suas gentes. De sorriso fácil e ligadas à sua terra, é sempre um momento alto, as chamadas conversas de peal, num qualquer final de tarde, de preferência com um clima ameno. Quase todas as casas têm um pequeno banco em granito “colado” à sua porta. Quando não existe o banco, existe sempre um pequeno degrau. São elementos canalizadores de pequenas (grandes) conversas de algibeira, onde se falam dos antigos com um carinho que se mistura com saudade. Com sorte a musica junta-se à conversa. O adufe é o “instrumento oficial” de Monsanto e as pessoas daqui não o usam apenas para decoração. Principalmente as mulheres, gostam muito de cantar uma modinha ao ritmo do som do adufe. Quase a lembrar aquelas velhas canções dos trovadores. Estas também falam de amores e desamores. Também falam de tradições e rotinas. 

Foi com a cores alaranjadas do final do dia que esta minha viagem terminou. Desci as ruas até ao primeiro patamar da aldeia onde o meu carro estava estacionado. Entrei e conduzi em direção a Idanha, para depois voltar para casa. Cerca de 2km depois parei o carro na estrada para voltar a olhar, mais uma vez, para silhueta da pequena montanha de Monsanto. Algo me prende a este a lugar.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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