“No dia 1 de Agosto de 1881, às 20.15 horas, o comboio, que levava os 42 membros lisboetas da expedição, saía da estação da linha do Norte, aclamando numerosa assistência, que incluía o presidente do conselho de ministros. A companhia, engrossada dos membros que entraram em Coimbra e Mealhada, mudou-se no dia 2 para a linha da Beira Alta, que os levou gratuitamente até Celorico da Beira, utilizando um percurso ainda em fase de acabamento, que só será aberto ao público no ano seguinte. Tinham almoçado em Santa Comba e, passando pelo Carregal do Sal às 14.00 horas, foram saudados por “alguns cavalheiros e os artistas da filarmónica da terra”. De Celorico, a expedição ganhou por estrada a Guarda, sede da comissão auxiliar, encarregada da infra-estrutura material (…) O resto do trajecto far-se-ia a cavalo, com almoço em Manteigas e chegada às 22 horas ao lugar do acampamento, no planalto superior da Serra, a 1850m de altitude.

Uma centena de pessoas iam viver ali durante duas semanas, sujeitas a um austero regime militar, dedicando-se a observações científicas variadas e sendo, evidentemente, alvo da curiosidade dos habitantes da região”

Este excerto de uma notícia da época, dá o pontapé de saída para a primeira expedição científica à Serra Estrela. Até ali uma espécie de “um perfeito desconhecido”, nas áreas da fauna e flora, e talvez até da geologia. Foi como ir à Lua. Que viagem no tempo tão boa, o imaginar esta expedição na época que ocorreu.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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