É preciso ter fé. Sempre. Fé é esperança. E nem necessário um Deus para se ter ou pedir fé.

É preciso ter fé, que algo vai mudar para melhor. Acreditar que o mundo é redondo e que é preciso dar para receber. Sempre que vou a Fátima arrepio-me, em sinal de respeito, com as pessoas que fazem o caminho de joelhos entre a nova bassílica e a Capelinha das Aparições (em Fátima). Algo deve ter corrido muito mal na vida destas pessoas para se sujeitarem a sofrimento destes. Na minha última visita a Fátima encontrei o senhor do retrato a fazer o papel caminho de joelhos. Fiquem alguns minutos a admirá-lo. Pela fisionomia, parecia británico e na casa dos 60 anos. Estava sozinho, não parecia ter ninguém a olhar pela sua dor. Percorreu o caminho a ritmo constante e sem olhar para trás. Não parecia sentir qualquer dor ou desconforto. Parecia que já tinha pensado imensas vezes nesta sua missão. Mesmo sem assistir a qualquer expressão de dor, eu sabia que a dor, física, estava lá. Mas o espírito de missão, deste homem e das pessoas que o fazem, impedem qualquer “está tudo bem? precisa de ajuda?”. Estão no caminho deles. E independentemente do Deus que é invocado nas suas orações, é preciso ter fé para o percorrer.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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