Não existe um (só) Caminho de Fátima. Existem múltiplos caminhos para Fátima. Muitos começam na porta de casa de alguém, outros começam na associação desportiva lá da terra. Depois ainda existem os caminhos marcados, fora de estrada, entre bosques e caminhos secundários. Todos vão dar Fátima. Apesar das diferentes tipologias de caminho, quem lhe confere significado é por quem eles caminha. Fé, desporto, promessa, lazer. Vale tudo. Tudo pode ser uma experiência rica.

Já perdi conta às vezes que a minha mãe foi desde sua casa a pé a Fátima. Muitas por minha culpa. Quase todas por promessa. Nunca a questionei. Sempre percebi o significado da sua fé, mesmo que eu não a partilhasse. Mas sempre senti o caminhar para Fátima como algo diferente, diria mesmo como algo especial. Não é o mesmo, nunca foi o mesmo que caminhar do ponto A para o ponto B. Recentemente, também fui a Fátima a pé. Sozinho. Pelo meu caminho e pelas minhas razões. Fiquei a perceber e a compreender melhor algumas coisas. Em mim e nos outros. Passei a perceber e a conhecer melhor a minha mãe. Só por isso, já valeu o caminho.

Não vou desembrulhar muito o caminho que fiz até Fátima. Apenas vou referir a paz que senti quando cheguei. É bom chegar a Fátima.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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