Cambas, aldeia, freguesia e praia fluvial. Lugar do concelho de Oleiros, centro de Portugal. Lugar de floresta e lugar do Zêzere.

Quase 40ºC, Verão português, música com algum volume no rádio, vidro aberto, braço de fora, cabelo ao vento. Este foi o cenário da minha chegada a Cambas. O rio é a primeira imagem, a ponte que o atravessa é a segunda e um aglomerado de casas, cuidadosamente alinhado numa encosta do rio, é a terceira. E claro, a densa floresta, como a quarta imagem. Mas até passa despercebida, de tão grande que é. Funciona como um gigante pano de fundo, para todas as imagens da região. 

Ainda cheirava a festa, quando cheguei. Cartazes nas paredes e enfeitos no céu. Era um dia de semana e não se via viva alma, mas o cheiro da festa estava lá. Aumentei, ainda mais, o volume do rádio e entrei na aldeia. Meia volta no interior da mesma e apontei destino para o rio e praia. Como porta de entrada para um universo paralelo, onde reina a frescura, o caminho junto ao rio é um comprimido para alma que fritava com o calor de Verão. Mais uma vez, as almas estavam em falta e tinha aquele pedaço de rio só para mim. O final da estrada apontava para praia de Cambas. Não tem forma de praia, mas cheira, não a praia, mas a bem-estar, com a natureza a funcionar como tónico para tudo se equilibrar de forma graciosa. Baixei o volume, saí do carro e caminhei para a água. Apenas se ouvia o vento. A água uma cor verde que emitia uma espécie de chamamento, como algo magnético e gracioso. Cheguei à água, molhei a cara, sentei-me e deixei-me ficar.

Como é bonita a praia de Cambas.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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