“Aterrei” no centro da vila de Arganil numa 5a feira de uma manhã de Inverno. Era dia do mercado semanal. Mesmo sem ter termo de comparação, sabia que a vila estava diferente. Vivia numa azafama diferente e com um colorido diferente. Fiquei tão feliz quando percebi que estava a visitar a vila no seu dia de mercado. Quando me perguntam: “o que fazes ou qual o teu comportamento quando chegas a um lugar novo?”. A minha resposta é quase sempre a mesma: “vou ao mercado local”. Por várias razões. Para sentir o local, para sentir num movimento de rotina, para perceber os recursos do território e claro, para sentir cheiros, emoções. Com a devida proporção, em comparação com, por exemplo, Barcelona, o mercado de Arganil balanceia genuinamente para o mesmo lado. Produtos e produtores locais. Produtos adaptados às necessidades das pessoas. Delicioso ver uma senhora com uma árvore na mão, para plantar na sua quinta. Delicioso ver um senhor a escolher as melhores ferragens, para as suas pequenas obras. Delicioso ver as jovens famílias estrangeiras, que habitam nas serras em volta de Arganil, a comprar os seus abastecimentos. Delicioso ver o amola tesouras à entrada do mercado a fazer o seu trabalho tranquilamente. Foi quase como estar perante uma lenda viva. Delicioso ver as aldeias a “descerem” à vila, para as suas gentes confraternizarem. Estava começar bem a minha viagem por Arganil.

 

Esta história pertence ao projeto Retratos do Centro de Portugal. Vão ser construídos 365 retratos, 365 pequenas histórias, sobre toda a grande Região Centro de Portugal. Podem consultar todos os retratos aqui.

 

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