Quanto digo a alguém que vou viajar ou que faço viagens de bicicleta sozinho, a primeira questão (primeiro que um “foi bom?” ou um “aquilo é bonito para lá?” 🙂 ) é sempre “Sozinho!? deve ser muito aborrecido!!”. Levando depois a conversa para os perigos de viajar sozinho ou para a coragem que é preciso ter para sair da nossa zona de conforto sozinho. Mas acho o que mais preocupa as pessoas é questão do “aborrecimento!”, de passar a viagem sem ter com quem falar, numa espécie reedição d filme o Náufrago (para quem não viu, é um rapaz que passa metade da vida sozinho numa ilha e que fala para um bola).

Bem, vou tentar responder à questão inicial o “sim ou não?” (isto para viagens de bicicleta e com muitos kms)

Primeiro que tudo, detesto solidão (um bocado contraditório, não?). Depois a probabilidade de interagir e conhecer pessoas, caso vá sozinho, é enormemente (se é que esta palavra existe 🙂 ) superior!

Mas viajar sozinho não é perfeito. É mais perigoso e realmente, quando é preciso pedalar muitos kms, dava jeito companhia. 

Outra das questões é companhia, sendo que viajar em grupo é mesmo mais complicado (aí é que não vais conhecer ninguém fora do teu grupo e magia das viagens, para mim, está nas pessoas), portanto no máximo mais dois companheiros. Aqui levantam-se duas questões primeiro a dos gostos pessoais de cada um, sobre o que ver, onde parar, onde dormir, serem semelhantes aos teus. A segunda questão é os andamentos, isto para jornadas de mais de 100km/dia, é importante e na minha opinião os andamentos tem de ser muito semelhantes, pois se de me imaginar a ir com alguém que ande muito mais que eu e eu a esfalfar-me atrás dele, iria certamente comprometer os dias seguintes e gozo que iria retirar da viagem, do mesmo modo que não seria agradável estar sempre a esperar por alguém (sendo prefiro este 🙂 ), podendo limitar o que tens para ver e onde queres chegar.

Em jeito de conclusão, não existem soluções perfeitas. E apesar de gostar e me sentir bem a viajar sozinho, muito vezes não é o ideal e seria melhor ter companhia. E outra coisa, isto não é uma equação fechada, as variáveis são várias e cada um tem as suas.

A minha primeira variável em viagem: “No Alentejo sê Alentejano!” 🙂 …nem que seja por 5 minutos, viver como vivem as pessoas da terra onde estás. 

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