É isso mesmo. Estou na belíssima ilha do Faial. Que marca o início de uma épica jornada pelas ilhas do Faial, Pico e São Jorge, durante uma semana.

Cheguei por volta das 18h00 e esta coisa do aeroporto (ainda para mais tenho de fazer 150km para lá chegar), despachar bagagem, revisões a tudo e mais alguma coisa, espera pelo avião, 3 horas dentro do avião, depois o avião atrasa-se meia hora, chegar, recolher a bagagem, ir do aeroporto para a cidade (neste caso Horta), é um bocado massacrante. Quanto mais viajo, quando mete aviões e aeroportos, mais me cansa esta parte da viagem. Enfim, já passou.

Cheguei à Horta e fiquei logo num belo cantinho. No Hotel do Canal, como um vista muito bonita para a marina e para a ilha do Pico. A 200m do mítico Peter Sport Café e 500m da (fofinha) praia do Porto Pim. Deixei as malas no hotel e fui dar um passeio pelas redondezas. A marina, carregada de barcos, eleva o sentimento náutico que este lugar têm. É terra de navegadores e aventureiros. Muitas terras de mares e oceanos, vêem-se associados a ele por diversos motivos. Pela pesca, pelo transporte de mercadorias, pela praia (e mergulhos), e por mais não sei quantos. No Faial, pelo menos eu sinto, que é terra de aventureiros das águas. Uma história ou outra (ou muitas) comprovam isso, tanto no passado longínquo (no tempo dos piratas) como no passado recente. Eu hoje (tive essa grande sorte) falei com um desses aventureiros, que comprovou esse meu sentimento. Na hora de escolher o lugar para jantar, fiz a pergunta da praxe à menina da recepção “onde é que é bom?”. Falou-me de alguns, mas a história de um ofuscou de imediato todos os outros. Disse a menina “o restaurante Genuíno, que é do sr. Genuíno, que deu duas voltas ao Mundo sozinho de barco, fica logo ali no Porto Pim e é muito bom”. Alto lá! Duas voltas ao Mundo sozinho de barco! (não bastava uma, vez duas 😉 ). Já vi Hollywood fazer filmes biográficos por muito menos. Fui lá, está claro. E quem me recebe? O sr. Genuíno! Muito simpático, com a casa cheia lá me disse que me resolvia o meu problema. Até calhou bom a casa estar cheia, assim deu para alguns minutos de conversa. Durante a espera, atirou logo “então e como veio para ao Faial? quer dizer, eu sei que chegou de avião, mas por que motivos veio cá parar”. Mesmo conversa de navegador. Noutro tempo a minha resposta poderia ter sido “olha vou descobrir o existe a Oeste daqui” ou “ando a saquear uns barcos ingleses e vi-me me encher de rum (era o que todo o pirata que prezasse beberia)”. Mas a minha resposta foi também era viajante, de uma era digital. Nem falei muito das minhas viagens, quer dizer o homem deu duas voltas ao Mundo num barco de 4 metros, pouco tinha a dizer 🙂 . Rapidamente lhe perguntei, “porquê? porquê viajar sozinho no mar, durante quase dois anos?”. A resposta foi tão simples como verdadeira, “sempre vi aventureiros a chegar, sempre sonhei ser como eles. Um dia chegou a minha vez”. Acho que é (quase) sempre assim que tudo começa. Para viajantes, futebolistas ou bombeiros. Acabada a enriquecedora conversa (arranjei uma mesa), lá jantei um belo naco de atum (dos açores). Juro que tinha mais de três dedos de altura. 🙂

Amanhã é que isto começa a sério!

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#a espera

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#a chegada

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#a vista do meu quarto (bom material, não?) @Hotel do Canal 

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#histórias de “guerra” na marina da Horta

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#esplanada no Porto Pim

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#Porto Pim

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#Restaurante Genuíno

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#naco de atum (sim, de atum!)

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#ilha (e montanha) do Pico

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#Porto Pim